sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Ainda assim

A jaqueta poderia ser preta, de couro, fazendo bem o estilo Mad Max de ser. Mas era MARROM.Se existe uma cor para ser chamada de feia, posso dizer que essa cor é o marrom. (gosto é gosto, e ponto.)


Botas pretas e estilosas tipicamente “motoqueiral”? Quem dera! Ao invés, sapatênis descolado (do verbo abrindo o bico mesmo) e coincidentemente brega marrom.


O rosto não via uma lâmina de barbear a pelo menos oito dias – e não pense que esse aspecto “rústico” o fez ficar parecido com o peão Tião (novela América da rede Glóbulo de televisão). "Tava" com jeitão relaxado mesmo.


O topete (não adianta fazer cara de desaprovação, o topete já é parte integrante daquele corpo) com função inútil por conta do capacete ROXO (cor de valor semelhante ao marrom), deu o toque final ao “look fashion” do rapaz.


Seriam aqueles, apenas meros detalhes se a motocicleta que ele guiava fosse ao menos de longe parecida com uma motocicleta. O fato é que a tal da motorizada mais parecia um camelo sobre rodas. Perceba;


- Banco rasgado

- Aros enferrujados

- Tanque amassado

- Seta pendurada

- Adesivo manchado e descolado

- And... lama. Muita lama.


Com fineza e elegância, manobrou a velha e guerreira titã defronte à agência bancária.

Caminhando em direção a porta giratória, deu de cara com a própria imagem refletida à La ghost no vidro. Por alguns segundos encarou-se e observando a si mesmo concluiu:


- Hoje estou infalivelmente sensual!


Sorriu para a atendente após pagar a conta e foi embora cantarolando:


- Me chamo lobo mau. Eu sou o tal, tal, tal...



E quem poderá dizer o contrário?


Edu Bachiéga